Há 20 anos iniciava-se um sonho: de estudante a profissional. Deixava meus amigos de turma para começar a exercer o que tínhamos estudado nos últimos seis anos, a medicina. Já como médico, além dos agradecimentos a todos aqueles que fizeram parte da minha trajetória, disse e escrevi: “Tomara Deus que eu POSSA SER, acima de um profissional, um ser humano.”
Fazendo uma breve reflexão sobre o caminho percorrido, o ponto de partida foi a graduação na Universidade Federal de Juiz de Fora em 2001, seguido pela residência em cardiologia no Hospital Biocor de Belo Horizonte, título de Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, Membro do Corpo Clínico da Pró Cardio Cascavel, Especialista em Arritmia Clínica pela Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas, Docente do Curso de Medicina da UNIOESTE, Coordenador do Programa de Residência de Cardiologia do Hospital Universitário do Oeste do Paraná, diretoria da Sociedade Paranaense de Cardiologia e, por fim, talvez o mais importante: exercendo a medicina em Cascavel desde 2005 com muito orgulho e satisfação pelo acolhimento.
Ser médico exige comprometimento com a ciência, dedicação e respeito aos pacientes e familiares. Trabalhar, na maioria das vezes, com carga horária exaustiva e lidar com decisões difíceis fazem parte do nosso cotidiano. Além disso, continuar estudando e se atualizando é uma tarefa necessária para que possamos transferir todo o nosso conhecimento para quem mais precisa: o paciente. Promover o bem estar físico e mental das pessoas é o objetivo principal de um médico, de um profissional, mas isto demanda tempo e conhecimento.
Paralelamente a vida profissional, corre a vida pessoal que, por sinal, é muito sacrificada em prol da profissão. Com mais de 17 anos de casamento e pai de duas maravilhosas filhas cascavelenses, considero que estou trilhando o caminho de uma boa pessoa, de um bom pai, de um bom filho, apesar da ausência imposta pelo profissionalismo. Estar sempre disponível é muito difícil, porém procurar atendê-los quando mais precisam é o meu objetivo, mesmo que isso gere um pedido de desculpas para os meus familiares e amigos. Era meu paciente, ele precisava de mim!
Sendo assim, comemoro 20 anos de formado acumulando alegrias e frustrações, buscando cumprir com aquilo que um jovem, cheio de esperança, disse e escreveu a época da realização de um sonho. E, hoje, além de agradecer a todos aqueles que me acompanham nesta jornada, gostaria de reforçar: “Tomara Deus que eu CONTINUE SENDO, acima de um profissional, um ser humano.”
Por Alcirley de Almeida